Dom Luís Azcona, bispo emérito do Marajó, faleceu aos 84 anos após um longo tratamento contra câncer no pâncreas. O religioso, que estava internado em Belém desde outubro, foi uma figura chave na luta pelos direitos humanos no arquipélago do Marajó, especialmente na defesa contra o abuso infantil e o tráfico humano. O governo do Pará decretou luto oficial de três dias, e diversas organizações e entidades expressaram pesar pela sua morte, reconhecendo seu trabalho incansável em prol das vítimas de exploração e violência.
O velório de Dom Azcona foi realizado na Paróquia São José Queluz, em Belém, onde fiéis e admiradores prestaram homenagens. Uma missa foi celebrada na noite de quarta-feira (20), e o corpo do bispo será levado para Soure, no Marajó, onde ocorrerá o sepultamento. Durante sua carreira, Dom Azcona teve uma atuação notável, sendo reconhecido internacionalmente por sua postura firme em questões de direitos humanos, principalmente no enfrentamento da exploração sexual de menores na região. Sua trajetória também incluiu contribuições decisivas para a instalação da CPI da Pedofilia, em 2009, e para o fortalecimento da rede de proteção aos vulneráveis.
Além de sua atuação na Igreja, Dom Azcona também se destacou pela coragem de denunciar práticas ilícitas e abusivas, frequentemente se colocando como um defensor das populações mais marginalizadas do Marajó. Mesmo enfrentando dificuldades de saúde nos últimos anos, ele continuou a inspirar com seu legado de compaixão e solidariedade. Sua morte encerra uma etapa importante da história religiosa e social da região, mas seu exemplo permanecerá como uma referência para futuras gerações.