A visita de Joe Biden à Amazônia, marcada para o dia 17 de novembro de 2024, será histórica por ser a primeira de um presidente americano em exercício à região. No entanto, especialistas apontam que o impacto da viagem para a floresta e as populações locais será limitado, visto que, embora o governo dos EUA tenha demonstrado apoio simbólico à preservação ambiental, poucas ações concretas foram tomadas até o momento. A expectativa em torno da visita reflete o descompasso entre promessas e resultados, com o governo Biden sem recursos significativos para cumprir suas promessas de ajuda financeira ao Brasil para a preservação da Amazônia.
A relação entre os dois países na área ambiental teve altos e baixos nos últimos anos, com o governo Bolsonaro inicialmente resistindo a compromissos mais sérios e o governo Lula, ao assumir, aguardando mais apoio concreto dos americanos. No início de 2023, durante o encontro entre Biden e Lula na Casa Branca, os EUA se comprometeram com um aporte inicial de US$ 50 milhões ao Fundo Amazônia, mas as negociações seguintes mostraram que a concretização de valores mais altos, como os US$ 500 milhões prometidos, dependeria da aprovação do Congresso americano. No contexto político atual, com a vitória de Donald Trump nas eleições de 2024, a expectativa de recursos adicionais se tornou ainda mais remota.
A visita de Biden à Amazônia parece estar mais ligada à sua imagem pessoal e ao legado ambiental da sua presidência, com a viagem sendo interpretada como um gesto simbólico. Embora a administração Biden tenha avançado internamente com políticas de transição energética e reforçado seu compromisso internacional com o clima ao retornar ao Acordo de Paris, sua gestão enfrenta limitações em suas ações externas, especialmente diante da instabilidade política nos Estados Unidos. Para muitos, a viagem de Biden é vista como uma tentativa tardia de firmar um compromisso que, devido ao curto tempo restante de seu mandato, pode ter pouco impacto duradouro.