Na terça-feira (26), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou uma proposta para expandir a cobertura de medicamentos contra a obesidade aos beneficiários do Medicare e Medicaid, seguros de saúde públicos dos EUA. A medida poderia beneficiar mais de sete milhões de americanos, reduzindo os custos diretos desses tratamentos em até 95%. O objetivo é ampliar o acesso a medicamentos da classe GLP-1, como o Ozempic e Wegovy, que demonstraram ser eficazes na perda de peso e na prevenção do diabetes tipo 2, mas cujo custo mensal sem cobertura pode chegar a $1.000.
Atualmente, o Medicare cobre medicamentos GLP-1 para o tratamento do diabetes, mas não para a obesidade como condição independente. A proposta visa mudar essa regulamentação, permitindo que mais de 3,4 milhões de beneficiários do Medicare e 4 milhões de pessoas com Medicaid tenham acesso aos medicamentos, a partir de 2026. No entanto, a medida ainda enfrenta desafios políticos, especialmente com a futura administração do presidente eleito Donald Trump, que poderia reverter a proposta ou priorizar outras questões, como cortes de custos no sistema de saúde.
A implementação dessa política pode resultar em um custo significativo para o governo, estimado em $25 bilhões para o Medicare e $11 bilhões para o Medicaid ao longo de dez anos. Embora a proposta busque oferecer mais acesso aos medicamentos, ela também é alvo de críticas sobre os altos preços praticados pelas farmacêuticas responsáveis pela produção desses remédios. Alguns políticos, como o senador Bernie Sanders, argumentam que é necessário pressionar as empresas para reduzir os custos, evitando que o Medicare e Medicaid se tornem uma fonte de lucro excessivo para os fabricantes.