O Banco do Brasil (BBAS3) apresentou lucro no terceiro trimestre de 2024 em linha com as expectativas do mercado, mas a performance foi vista com cautela devido ao aumento da inadimplência, especialmente no setor agrícola. Rafael Nobre, analista da XP, apontou que a deterioração do cenário do agronegócio contribuiu para o impacto negativo nos resultados do banco. A instituição teve que aumentar o provisionamento, o que levou à revisão de sua estimativa para a Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (PCLD) de 2024, passando de R$ 31 a 34 bilhões para uma nova faixa entre R$ 34 a 37 bilhões.
O aumento no provisionamento deve pressionar o lucro do banco, que se manteve estável em R$ 8,9 bilhões no terceiro trimestre, uma variação de apenas 0,5% em relação ao trimestre anterior e 6,2% em comparação com o mesmo período de 2023. Um fator que ajudou a amenizar esse impacto foi a redução significativa na alíquota efetiva de imposto de renda, que caiu de 17,9% no segundo trimestre para 4,1% no terceiro, o que contribuiu para estabilizar o lucro. O ROAE anualizado permaneceu em 21%, um nível considerado saudável.
Apesar da revisão negativa nas projeções e dos desafios enfrentados pelo setor agrícola, a XP manteve a recomendação de compra para as ações do Banco do Brasil, acreditando que o valor de mercado ainda está descontado. A instituição tem um preço-alvo de R$ 36,50 por ação, destacando que, apesar da deterioração do cenário, o banco ainda apresenta fundamentos sólidos e uma boa precificação.