O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil se reunirá nesta quarta-feira (6) e deverá anunciar um aumento na taxa Selic, que pode passar de 10,75% para 11,25% ao ano. Este seria o maior aumento dos juros básicos desde maio de 2022, em um contexto de forte alta do dólar, que já acumula 19,2% em 2024, influenciando as expectativas inflacionárias. A valorização da moeda americana, impulsionada por fatores internos e externos, pressiona a inflação, levando o Copom a adotar uma postura mais contracionista.
A alta da Selic, que deve ser confirmada como a segunda consecutiva, reflete preocupações com a inflação e os gastos públicos. Especialistas apontam que essa medida poderá impactar negativamente o consumo e os investimentos produtivos, afetando o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Além disso, o aumento nos juros pode resultar em elevações nas taxas bancárias, dificultando o acesso ao crédito para a população e as empresas.
Com a nova meta de inflação em 3% a partir de 2025, os desafios permanecem, uma vez que as projeções para a inflação em 2024 e 2025 superam os limites estabelecidos. Enquanto isso, a pressão sobre as contas públicas também se intensifica, visto que o aumento dos juros eleva as despesas relacionadas à dívida pública. O Banco Central, ao focar nas projeções futuras, busca conter a inflação e assegurar a estabilidade econômica em um cenário desafiador.