O presidente da Bolívia, Luis Arce, afirmou que os esforços para resolver a situação em Cochabamba estão progredindo, mas ressaltou que o diálogo com os opositores só será possível após o fim dos bloqueios nas estradas. Sua declaração veio à tona após o ex-presidente Evo Morales pedir aos seus apoiadores que considerassem suspender os bloqueios e anunciar uma greve de fome para pressionar o governo a retomar as conversações. O contexto dos bloqueios está relacionado a investigações judiciais e ao aumento dos preços dos alimentos e combustíveis, que têm gerado descontentamento popular.
A situação escalou com a invasão de quartéis militares por apoiadores de Morales, que mantiveram soldados como reféns. O governo boliviano denunciou a detenção de mais de 200 soldados e o envolvimento de pelo menos 66 pessoas em crimes durante os protestos. As operações de contenção dos bloqueios e da violência têm sido intensificadas, refletindo a tensão política crescente entre os membros do partido governante e os seguidores de Morales, que buscam garantir seus direitos e a libertação de aliados detidos.
A disputa interna no Movimento ao Socialismo tem gerado um clima de instabilidade no país, enquanto o governo se vê pressionado a lidar com as demandas populares e a situação crítica de segurança. As autoridades reiteraram seu compromisso com o diálogo, mas sublinharam que a normalização das condições econômicas e sociais é fundamental para avançar nas negociações. A resposta do governo a essas crises continua a ser um fator decisivo para o futuro político da Bolívia.