A concessão da gestão dos cemitérios municipais de São Paulo à iniciativa privada resultou em um aumento significativo nos preços dos serviços funerários. Segundo um levantamento do Sindicato dos Servidores Municipais, os custos para enterros e cremações mais que triplicaram desde a transferência da administração para quatro empresas, com reclamações constantes sobre a falta de transparência e cobrança de valores diferentes dos anunciados. A situação gerou um descontentamento generalizado entre os munícipes, que relatam dificuldades em entender as novas tarifas.
A privatização não apenas elevou os preços, mas também afetou o trabalho de funcionários que atuam nos cemitérios, resultando em um ambiente de temor entre eles quanto a denunciar práticas irregulares. A transferência de responsabilidades levou à substituição dos servidores municipais por trabalhadores das concessionárias, que, apesar de estarem organizados, enfrentam dificuldades para reivindicar direitos e condições de trabalho justas. Denúncias de cobranças indevidas e falta de acesso à informação têm sido comuns, com vereadores alertando sobre a necessidade de fiscalização mais rigorosa.
Por outro lado, a Prefeitura de São Paulo afirmou que a qualidade dos serviços está sendo monitorada e que o funeral social, o pacote mais acessível, teve uma redução de preço em relação ao que era praticado anteriormente. Contudo, relatos de cidadãos como o de um familiar que enfrentou dificuldades para exumar um ente querido, devido a cobranças excessivas, evidenciam que a situação ainda gera muitas incertezas e desafios para as famílias que necessitam dos serviços funerários. A necessidade de uma comunicação clara e acessível sobre os direitos dos munícipes continua sendo uma questão prioritária.