A gestão dos cemitérios municipais de São Paulo foi concedida a empresas privadas em março do ano passado, resultando em um aumento significativo nos preços de enterros e cremações. De acordo com um levantamento do Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo, os valores dos pacotes funerários mais que triplicaram após a privatização. Quatro empresas assumiram a administração de 22 cemitérios e um crematório, com contratos de concessão que têm vigência de 25 anos e preveem a responsabilidade das concessionárias pela operação e manutenção dos serviços.
A privatização gerou preocupações sobre a transparência e a integridade dos serviços, com denúncias de cobranças indevidas e falta de clareza nos preços praticados. O vereador Hélio Rodrigues relatou que recebeu várias queixas sobre os serviços e que a privatização foi um fator direto no aumento das tarifas. Além disso, trabalhadores autônomos que atuam nos cemitérios também estão enfrentando dificuldades de acesso e pressão por parte das concessionárias, o que agrava a situação.
A Prefeitura de São Paulo defendeu a qualidade dos serviços prestados, afirmando que houve avanços desde a concessão, como a implementação de padrões para urnas funerárias. Entretanto, cidadãos como Celso Vitor Souza relatam experiências frustrantes ao tentar exumar entes queridos, enfrentando cobranças inesperadas para renovação de concessões de uso de jazigos. A falta de informações claras e a dificuldade em acessar os direitos relacionados aos serviços funerários são temas de crescente preocupação entre os munícipes.