O aumento dos impostos sobre os super-ricos foi uma das principais pautas da presidência brasileira no G20, mas enfrenta resistência crescente dentro do grupo, especialmente com o endurecimento da posição da Argentina sob Javier Milei. O governo brasileiro defende a criação de uma taxa global mínima sobre as fortunas bilionárias, com o objetivo de arrecadar recursos para combater a fome, a pobreza e financiar ações ambientais. No entanto, a proposta encontrou resistência de várias nações, incluindo os Estados Unidos e agora também da Argentina, que tem se posicionado contra o aumento da tributação para os mais ricos.
Durante o ano, o Brasil conseguiu liderar uma declaração ministerial que reconhecia a importância de tributar os super-ricos, mas sem avançar para a implementação de um imposto único global. A proposta, inicialmente apoiada pelo ministro Fernando Haddad e pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, visa estabelecer uma taxa de 2% sobre as fortunas dos bilionários, o que poderia gerar até US$ 250 bilhões anuais. No entanto, a dificuldade em alcançar um consenso, especialmente com a oposição de países como os Estados Unidos e a Argentina, tem dificultado o avanço da proposta em nível internacional.
Apesar das resistências, o governo brasileiro espera que o tema avance em fóruns multilaterais, como a ONU e a OCDE. A diplomacia brasileira tem buscado impulsionar o debate técnico sobre a tributação dos super-ricos, com o objetivo de obter apoio em outras plataformas globais, como a Convenção sobre Tributação da ONU, que está em processo de elaboração. O Brasil, com a presidência do G20, tem como principal objetivo colocar o tema em destaque e, ao mesmo tempo, superar os desafios políticos e econômicos para alcançar um acordo mais amplo e eficaz sobre a tributação global.