A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que as vacinas contra o sarampo salvaram cerca de cinco vidas por segundo desde o ano 2000. No entanto, a cobertura vacinal insuficiente tem impulsionado o aumento dos casos da doença. Em 2023, foram registrados aproximadamente 10,3 milhões de casos de sarampo no mundo, 20% a mais do que em 2022. A OMS destaca que mais de 22 milhões de crianças perderam a primeira dose da vacina contra o sarampo, e que, globalmente, apenas 74% das crianças receberam a segunda dose recomendada. A OMS recomenda uma cobertura vacinal de pelo menos 95% em todas as regiões para evitar surtos.
A falta de vacinação tem sido um fator crucial no aumento dos surtos, que ocorreram em 57 países ao redor do mundo, com destaque para a África, o Mediterrâneo Oriental e a Europa. Em 2023, cerca de 107,5 mil mortes foram atribuídas ao sarampo, sendo a maioria crianças com menos de 5 anos. Embora a mortalidade tenha diminuído 8% em relação ao ano anterior, a OMS considera esse número ainda muito alto, visto que o sarampo é uma doença evitável por vacinação. A doença pode causar complicações graves como cegueira, pneumonia e encefalite, especialmente em crianças pequenas.
No Brasil, após perder o certificado de eliminação do sarampo em 2019, o país foi novamente reconhecido em 2024 pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) como livre da doença. O último caso registrado no Brasil ocorreu em junho de 2022 no Amapá. Apesar disso, dois casos importados foram confirmados em 2024, demonstrando a necessidade contínua de monitoramento e vacinação para manter a erradicação da doença. A vacina tríplice viral, que previne o sarampo, está disponível gratuitamente no Brasil e é administrada em duas doses, aos 12 e aos 15 meses de idade.