Em 2024, o Brasil registrou um aumento alarmante de mais de 1.000% nos casos de coqueluche em comparação com o ano anterior, com destaque para os estados de Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Distrito Federal. Em São Paulo, a capital teve um aumento de 3.436% nos casos. O principal fator apontado pelos especialistas é a queda na cobertura vacinal, que resulta em bolsões de pessoas suscetíveis à doença. A falta de reforço na vacinação, especialmente entre gestantes e crianças, tem sido uma preocupação crescente.
A coqueluche, uma doença respiratória altamente contagiosa causada pela bactéria Bordetella pertussis, tradicionalmente aparece em surtos a cada 5 a 8 anos, sendo o último ciclo em 2014. A detecção da doença tem sido facilitada pelo maior acesso a testes diagnósticos, especialmente entre a população de regiões mais abastadas. Contudo, a falta de acesso a exames em áreas com menor cobertura de saúde tem contribuído para o atraso no diagnóstico, o que aumenta o risco de transmissão e agrava a situação. A letalidade da doença também tem crescido, alcançando 0,45% das notificações em 2024, o maior índice desde 2019.
Especialistas alertam para os riscos da coqueluche em crianças pequenas, especialmente aquelas com menos de seis meses, que têm maior chance de complicações graves, como pneumonia e convulsões. A vacinação continua sendo a principal forma de prevenção. O Ministério da Saúde recomenda que crianças de até seis anos sejam vacinadas e que gestantes recebam uma dose da vacina tríplice bacteriana (DTP) para proteger os recém-nascidos. A prevenção por meio da imunização é fundamental para evitar novos surtos e reduzir a mortalidade associada à doença.