O ano de 2024 registrou o maior número de casos de coqueluche desde 2014, com 3.253 notificações, segundo dados do Ministério da Saúde. Esse aumento é atribuído principalmente à queda nas taxas de vacinação, que não atingem os níveis recomendados de 95%. A infecção, causada pela bactéria Bordetella pertussis, afeta o sistema respiratório e é transmitida por tosse, espirros ou fala de pessoas contaminadas. Em 2024, o Paraná tem os índices mais elevados, com 1.224 casos e 4 mortes registradas, seguido por São Paulo, com 870 casos.
A vacinação, essencial para prevenir a doença, teve uma cobertura insuficiente nos últimos anos, tanto em crianças quanto em gestantes, o que contribui para o aumento de casos. No Paraná, a cobertura vacinal infantil com a vacina pentavalente é de 90%, enquanto para as gestantes, o índice de não vacinação é alarmante, com mais de 53% delas sem a imunização adequada. No estado de São Paulo, a cobertura para crianças estava em 86,1% em setembro de 2024. A falta de vacinação de reforço em adolescentes também é um fator importante para o crescimento da doença, uma vez que o reforço, que é realizado em outros países, não é administrado no Brasil.
Além da baixa adesão às vacinas, o aprimoramento dos exames laboratoriais, que facilitam a confirmação de casos, também contribui para o aumento de registros. Especialistas alertam que é fundamental intensificar as campanhas de vacinação, principalmente para gestantes e adolescentes, grupos que desempenham um papel crucial na proteção contra a coqueluche, doença que pode ser particularmente grave em bebês e crianças pequenas.