Um estudo da Serasa revelou que o valor médio das parcelas de financiamento de veículos em São Paulo subiu 10,54%, passando de R$ 1.072 em 2023 para R$ 1.185 em 2024. Essa alta tem levado vendedores e clientes a buscar alternativas para facilitar as negociações, como aceitar motos como parte do pagamento ou dividir o valor em várias vezes com máquinas de cartão de crédito. A pesquisa também destacou uma queda na pontualidade dos pagamentos, com apenas 80,3% dos consumidores conseguindo honrar suas dívidas em dia em 2024, contra 84,6% no ano anterior.
Os dados indicam que a capacidade de pagamento varia significativamente conforme a renda. Consumidores que ganham até um salário mínimo apresentam uma taxa de pontualidade de apenas 59,9%, o que os coloca em uma situação vulnerável, gerando preocupações sobre a inadimplência. Especialistas afirmam que os altos juros dos financiamentos, aliados ao aumento das parcelas, dificultam a vida dos clientes e podem levar a um ciclo de inadimplência, onde os bancos se sentem compelidos a aumentar as taxas devido ao risco de calotes.
Além disso, concessionárias estão percebendo que a maioria das vendas depende de financiamentos, mas as altas taxas têm gerado resistência entre os consumidores. Para contornar essa situação, alguns lojistas estão adotando estratégias mais flexíveis, como aceitar motos como parte da entrada ou oferecer parcelamentos mais acessíveis. Especialistas defendem que a redução das taxas de juros poderia estimular o mercado e aumentar as vendas de veículos, beneficiando tanto consumidores quanto vendedores.