O final de semana no Piauí foi marcado por um aumento significativo nas mortes violentas, com seis homicídios registrados, sendo cinco deles relacionados a indivíduos com histórico criminal. O secretário de Segurança Estadual abordou o tema em uma entrevista, ressaltando que muitos dos envolvidos já tinham passagens pela polícia e utilizavam tornozeleiras eletrônicas. Ele argumentou que, se essas pessoas estivessem ainda no sistema carcerário, as mortes poderiam ter sido evitadas, chamando a atenção para a necessidade de reformar as leis para um combate mais eficaz ao crime organizado.
Por outro lado, um especialista em segurança pública contestou a perspectiva do secretário, apontando que a simples prisão não garante a proteção contra homicídios, pois assassinatos também ocorrem dentro do sistema prisional. Ele criticou a ausência de um plano estadual de segurança e questionou a eficácia das operações realizadas pela secretaria, sugerindo que essas ações não têm produzido resultados concretos na redução da criminalidade. O debate se ampliou para a questão da reinserção social de ex-presidiários e a falta de oportunidades que contribui para a violência.
O secretário destacou, em resposta, a importância de medidas preventivas como investimentos em educação e geração de empregos, citando um projeto que visa mapear ameaças a estudantes em escolas estaduais. Contudo, o especialista reiterou a necessidade de examinar se os programas de geração de renda realmente atendem às pessoas afetadas pela violência, dado que as estatísticas mostram baixos índices de reintegração de ex-presidiários no mercado de trabalho e na educação. As discussões em torno da segurança pública no Piauí continuam a evidenciar a complexidade do problema e a urgência de soluções abrangentes.