O Banco Central do Brasil elevou a taxa Selic de 10,75% para 11,25% ao ano em resposta a três principais fatores econômicos: a aquecida atividade econômica e mercado de trabalho, a desancoragem das expectativas inflacionárias e o aumento do dólar. Esse ajuste reflete a tentativa de conter pressões inflacionárias que acompanham o crescimento econômico, especialmente em um contexto de produção estagnada e demanda crescente. Embora um PIB mais forte e desemprego em queda sejam indicadores positivos, eles precisam ocorrer de forma equilibrada para evitar um crescimento inflacionário insustentável.
Outro ponto destacado pelo Bacen é a desancoragem das expectativas inflacionárias, fenômeno que ocorre quando empresários e consumidores acreditam na continuidade da alta dos preços. Esse temor leva ao reajuste antecipado dos preços, o que retroalimenta a inflação. Dados recentes do relatório Focus revelam um aumento dessa expectativa inflacionária nos últimos meses, impulsionando a necessidade de ajustes na taxa de juros como forma de estabilizar o cenário econômico.
Além disso, a alta do dólar pressiona os preços domésticos, uma vez que diversos insumos importados se tornam mais caros, elevando o custo de produção e sendo repassados ao consumidor final. O Banco Central atribui essas pressões inflacionárias ao aumento do gasto público, que gera uma demanda acima da capacidade produtiva e agrava as expectativas inflacionárias e o câmbio. Diante disso, o Bacen reforça que o controle das contas públicas é essencial para conter a inflação e manter a sustentabilidade econômica.