Uma atividade escolar realizada em Pomerode, Santa Catarina, gerou controvérsia ao pedir que alunos do 2º ano do ensino fundamental preenchessem o cabelo de uma mulher negra desenhada em uma folha com grãos de feijão e até com palha de aço, popularmente conhecida como “bombril”. A tarefa, exposta em um mural na escola em alusão ao Dia da Consciência Negra, foi amplamente criticada nas redes sociais, especialmente após a publicação de uma familiar de um aluno. A atividade foi retirada da exposição, e a Secretaria Municipal de Educação iniciou uma investigação sobre o ocorrido.
A Associação de Educadores Negros de Santa Catarina questionou a atividade, apontando que a abordagem poderia reforçar estereótipos racistas, em vez de promover a desconstrução deles, como seria esperado em um projeto sobre a cultura afro-brasileira. A crítica enfatizou a importância de a educação ser um espaço de empoderamento e respeito, especialmente no que se refere à identidade e ancestralidade das pessoas negras, argumentando que o uso de materiais como feijão e bombril poderia associar de forma negativa o cabelo negro à inferioridade.
Em resposta à repercussão, a Secretaria de Educação de Pomerode afirmou que o incidente foi tratado como um caso isolado e que está tomando medidas para evitar que situações semelhantes se repitam. Além disso, a secretaria reafirmou seu compromisso com a promoção da diversidade, da igualdade e da educação antirracista, mencionando também ações formativas para os professores e o trabalho contínuo de implementação dos conteúdos previstos pela Lei nº 10.639/2003, que estabelece o ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas.