Francisco Wanderley Luiz, conhecido como Tio França, foi responsável por um ataque a bombas na Praça dos Três Poderes, próximo ao Supremo Tribunal Federal (STF), em um episódio que gerou repercussão nas esferas política e judicial do país. Antes do atentado, Luiz havia visitado o STF em agosto de 2023, quando registrou uma selfie no plenário da Corte, fazendo uma provocação com a frase “Deixaram a raposa entrar no galinheiro”. Em um manifesto publicado nas redes sociais, ele criticou duramente o STF, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e líderes do Congresso Nacional, divulgando teorias conspiratórias associadas à extrema-direita.
Luiz também era conhecido por suas postagens em apoio a teorias conspiratórias internacionais, como o movimento QAnon, que defendem visões radicais e infundadas sobre temas políticos e sociais. Sua postura foi alinhada com discursos de oposição a instituições governamentais e figuras políticas centrais, reforçando uma narrativa de desconfiança e confronto com o sistema político brasileiro. Em 2020, tentou a eleição para vereador em sua cidade natal, Rio do Sul (SC), pelo PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O atentado, que resultou na morte de Luiz em uma área próxima ao STF, deixou um rastro de polêmica e especulações. A forma como ele se referia ao ato de violência, minimizando suas consequências, e as referências que fazia a eventos de comemoração, alimentaram uma série de debates sobre a crescente polarização e a radicalização política no Brasil. A proximidade do ataque com o centro do poder judicial brasileiro só intensificou as discussões sobre os limites do discurso e a segurança das instituições democráticas.