Ataques russos com drones e mísseis desde julho de 2022 danificaram 321 instalações de infraestrutura portuária na Ucrânia, além de atingir 20 navios mercantes de outros países, segundo informações do governo ucraniano. Esses ataques têm impacto direto nas exportações agrícolas do país, que são fundamentais para a segurança alimentar global, especialmente em regiões como Egito, Líbia e Nigéria, onde os preços dos alimentos estão atrelados à estabilidade da produção agrícola ucraniana. Moscou nega direcionar seus ataques a alvos civis, mas as ações comprometem o funcionamento normal dos portos ucranianos.
A Ucrânia, uma das maiores exportadoras globais de trigo e milho, enfrentou interrupções severas no comércio marítimo após o bloqueio dos portos do Mar Negro pela Rússia, no início da invasão em 2022. A retomada parcial dos embarques aconteceu sob o Acordo de Grãos do Mar Negro, mediado por Nações Unidas e Turquia, que permitiu a movimentação de 6 milhões de toneladas mensais de grãos. No entanto, após a saída da Rússia do acordo em 2023, a Ucrânia desenvolveu um corredor alternativo para suas exportações, utilizando águas territoriais de países como Romênia, Bulgária e Turquia.
Mesmo em meio às dificuldades, as exportações de grãos da Ucrânia cresceram na última temporada. Dados recentes mostram um aumento para 51 milhões de toneladas exportadas em 2023/24, superando os 49,2 milhões do ano anterior. Apesar da destruição causada pelos ataques, o país conseguiu intensificar suas exportações no atual ciclo, alcançando 16 milhões de toneladas até meados de novembro, uma marca superior à do mesmo período do ano passado. Esses números ressaltam a resiliência da Ucrânia diante das adversidades no cenário internacional.