O empresário Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, delator em uma investigação de lavagem de dinheiro ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC), foi morto a tiros no Aeroporto Internacional de Guarulhos. O ataque, ocorrido no Terminal 2 destinado a voos domésticos, envolveu uma intensa troca de tiros, deixando feridos entre passageiros e motoristas de aplicativos. A polícia já identificou o veículo usado no crime e encontrou vestígios importantes, como coletes à prova de balas e munições, que estão sob perícia.
Gritzbach havia colaborado com a Justiça em investigações sobre o envolvimento do crime organizado em setores como o mercado imobiliário e o futebol, além de ter revelado casos de corrupção policial e possíveis esquemas de propina. A delação do empresário, homologada meses antes de sua morte, expôs a relação de organizações criminosas com negócios de fachada e atividades financeiras de grande escala. Segundo apuração, ele também forneceu detalhes sobre o assassinato de figuras proeminentes dentro da facção, como Cara Preta.
A investigação do assassinato será conduzida pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Em resposta ao ocorrido, a construtora onde Gritzbach trabalhou anteriormente afirmou não ter envolvimento com os fatos revelados e que colaborará com as autoridades, caso seja solicitada. Esse caso lança luz sobre a complexidade das conexões entre o crime organizado e segmentos do mercado financeiro e imobiliário, demandando maior atenção de órgãos públicos e da sociedade para os impactos dessas atividades na segurança pública.