A Justiça de São Paulo arquivou recentemente o caso envolvendo a morte de um torcedor após ser atingido por um disparo de bean bag, uma munição menos letal, durante um confronto entre policiais e torcedores fora do Estádio do Morumbi. O Ministério Público (MP) solicitou o arquivamento do inquérito, alegando que o policial agiu em legítima defesa ao tentar conter um tumulto. De acordo com a Promotoria, a morte foi uma fatalidade, pois a vítima estava no local errado, no momento errado. O caso envolveu uma discussão sobre a responsabilidade do policial, que disparou a munição em um cenário de agitação, o que levou à queda do torcedor, que posteriormente faleceu devido ao impacto.
O Ministério Público, embora contrário à conclusão das investigações da Polícia Civil e Militar, que apontaram negligência do policial, sustentou que o cabo não teve intenção de matar, mas que sua ação foi uma tentativa de controle da situação. As imagens do incidente, capturadas por câmeras de segurança e testemunhas, não registraram o momento do disparo fatal, dificultando a análise do contexto completo. O disparo foi realizado na cabeça da vítima, o que contradiz as recomendações do fabricante da munição, que orienta a não utilizar o bean bag na região da cabeça.
O caso gerou controvérsia sobre a legalidade do uso de munições não letais em situações de distúrbios. A decisão do arquivamento ainda pode ser contestada nas instâncias superiores da Justiça, embora o pedido do MP tenha prevalecido. A vítima, que tinha 32 anos e uma deficiência auditiva, deixou um filho. A família da vítima e os advogados das partes envolvidas ainda não se posicionaram sobre o arquivamento do inquérito.