Uma análise da Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT) revelou que, anualmente, cerca de 10 mil pacientes com câncer de próstata no Brasil não conseguem acessar a radioterapia pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Dados do Ministério da Saúde indicam que, dos 71 mil casos diagnosticados por ano no país, 75% dependem exclusivamente do SUS para o tratamento. A radioterapia é indicada em 60% dos casos de câncer de próstata, mas em 2023 apenas 22.541 pacientes realizaram o procedimento no sistema público, indicando uma grande lacuna no atendimento.
A SBRT ressalta a importância da radioterapia tanto como tratamento primário quanto complementar à cirurgia, destacando sua relevância no combate à doença. O Ministério da Saúde, por sua vez, argumenta que o tratamento do câncer de próstata não se limita à radioterapia, podendo incluir também a prostatectomia radical, dependendo do caso. A pasta destaca ainda investimentos significativos em ações de ampliação da infraestrutura para radioterapia, como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que resultou em um aumento de 22,7% na capacidade instalada do SUS.
Apesar dos esforços do governo para aumentar a disponibilidade de tratamentos, como a substituição de equipamentos obsoletos e o aumento de procedimentos de radioterapia, o número de pacientes que ainda não têm acesso à terapia é preocupante. A radioterapia, conforme o Instituto Nacional do Câncer (Inca), é indicada para diferentes estágios da doença, e seu uso adequado pode melhorar as chances de cura e controle do câncer de próstata. A análise de especialistas sugere que há uma necessidade urgente de expandir o acesso a esse tratamento essencial para muitos pacientes.