Tradicionalmente conhecido como uma “carne de segunda”, o shoulder, ou raquete, vem conquistando espaço nas churrasqueiras como uma alternativa acessível e saborosa em meio ao aumento dos preços de cortes populares como a picanha. Segundo chefs experientes, como Daniel Lee e Thiago Ribeiro, o preparo correto, especialmente com cozimento lento e a retirada de sua membrana, faz com que o shoulder fique extremamente macio e suculento, desmistificando a ideia de que é uma carne inferior. Embora sua textura e sabor sejam diferentes dos da picanha, o shoulder é apresentado como um corte versátil e democrático, adaptando-se bem a receitas de churrasco e mantendo-se dentro do orçamento.
A popularização do shoulder é uma resposta às mudanças no mercado de carnes, onde os preços de cortes como a picanha e a maminha dispararam, tornando-os inacessíveis para muitos consumidores. Em pesquisa realizada em casas de carne de São Paulo, o preço do shoulder variou entre R$ 36 e R$ 95 o quilo, enquanto a picanha alcançou valores entre R$ 139,90 e R$ 219,90. Os especialistas sugerem que, embora o shoulder não imite o sabor característico da picanha devido à sua menor concentração de gordura, ele oferece uma maciez e suculência que o tornam uma opção atraente para quem busca economizar sem perder qualidade.
Além de orientar sobre o preparo e corte do shoulder, os chefs também sugerem cuidados ao escolher a carne. Optar por produtos inspecionados e observar a distribuição de gordura entremeada são pontos essenciais para garantir a qualidade. Receitas criativas, como shoulder com molho de alho ou acompanhado de vinagrete de abacaxi, destacam o potencial do corte em diferentes preparos. A ideia é mostrar que carnes acessíveis podem oferecer sabor e textura agradáveis, desde que preparadas com as técnicas adequadas.