O preço do azeite de oliva no Brasil registrou um aumento significativo de 33,73% em 12 meses, com uma elevação de 14,73% apenas neste ano, conforme dados do Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe). Esse aumento é atribuído à seca que afeta os principais produtores europeus, como Espanha e Portugal, resultando em colheitas reduzidas e, consequentemente, na alta do valor do azeite em todo o mundo. Economistas indicam que fatores climáticos têm impactado negativamente a produção, exacerbando a dependência do Brasil de importações para atender à demanda interna.
Os maiores fornecedores de azeite para o Brasil são Portugal e países do Mediterrâneo, que estão sob influência do fenômeno El Niño. Este cenário climático, com temperaturas elevadas e chuvas escassas, afetou a qualidade e a quantidade da floração das azeitonas, resultando em frutos menores e uma oferta reduzida. Com a escassez de azeite disponível no mercado, os preços tendem a permanecer altos. Além disso, a desvalorização do real em relação ao dólar pode dificultar uma eventual redução nos preços, mesmo que a produção internacional se recupere nos próximos anos.
Economistas afirmam que a tendência é de que os preços do azeite não apresentem queda a curto prazo, devido à previsão de safra inferior à do ano anterior e à continuação da pressão cambial. A combinação da baixa oferta de azeite e o impacto do câmbio sugere que, para os consumidores, o produto continuará a ter um custo elevado por um período prolongado. Essa situação reflete a complexa relação entre clima, mercado e economia, que influencia diretamente o preço dos alimentos no Brasil.