Em 2024, o dólar teve uma alta acumulada de quase 20%, passando de R$ 4,85 no início do ano para R$ 5,81 em novembro. Essa valorização de R$ 1 na moeda americana foi impulsionada por fatores internos e externos, como a alta dívida pública brasileira e a instabilidade econômica global, marcada por temores de crescimento mais lento e juros elevados em outros países. A trajetória de valorização do dólar não só rompeu padrões do mercado cambial, como também consolidou novos patamares de preço, gerando pressão adicional na economia brasileira.
O aumento do dólar encareceu a produção agrícola e industrial, uma vez que muitos insumos dependem de importação. Isso afetou, por exemplo, o custo da carne, que subiu 6,28%, e do café, com alta de mais de 8%, além do preço da gasolina, que acumulou elevação superior a 9% no ano. A inflação, que estava relativamente controlada no início de 2024, passou a ser pressionada por alimentos e bens, além do setor de serviços, que continuou elevado devido à sua relação com o mercado de trabalho.
Economistas alertam que o fortalecimento do dólar impacta diretamente o custo de vida das famílias e os custos operacionais das empresas, o que pode perpetuar a inflação em níveis elevados. À medida que o câmbio se estabiliza em um patamar mais alto, os custos tendem a ser repassados aos preços, criando desafios para a economia e afetando diversos segmentos de consumo no Brasil.