O CEO do grupo sucroalcooleiro francês Tereos, Olivier Leducq, criticou os termos atuais do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, alegando que criariam uma concorrência desleal para os produtos agrícolas franceses. Ele destacou preocupações sobre as diferenças regulatórias entre os dois blocos, especialmente em relação às normas ambientais e sociais, apontando que tais disparidades poderiam comprometer a competitividade das exportações europeias. O executivo reforçou a necessidade de uma análise mais profunda antes de qualquer assinatura.
A posição de Leducq é alinhada ao governo francês, que também manifesta preocupações com a proteção do setor agrícola nacional. Ele apelou para que a França mobilize outros países da União Europeia contra a aprovação do acordo sem ajustes, argumentando que medidas paliativas, como cláusulas-espelho, seriam insuficientes para equilibrar as condições de mercado. Apesar das críticas, o grupo Tereos destacou o compromisso com a sustentabilidade em suas operações globais, incluindo o Brasil, onde exporta grande parte de sua produção e segue padrões rigorosos de certificação internacional.
O debate ocorre em meio a tensões no setor agrícola, agravadas pelo anúncio do Carrefour de interromper vendas de carnes oriundas do Mercosul, medida que gerou repercussões no mercado brasileiro. Tanto Tereos quanto seu CEO enfatizaram que as críticas não são direcionadas à qualidade dos produtos do Mercosul, mas sim às desigualdades regulatórias que podem afetar a competitividade e a sustentabilidade do comércio agrícola entre os blocos.