A COP29, realizada em Baku, trouxe um acordo significativo para financiar o combate às mudanças climáticas, com a promessa de US$ 300 bilhões anuais até 2035 para países em desenvolvimento. No entanto, o valor foi amplamente considerado insuficiente por esses países, que o veem como uma combinação de subsídios e empréstimos, em vez de um auxílio real. A insatisfação dos países em desenvolvimento revelou divisões antigas entre o Norte Global, mais rico, e o Sul Global, mais pobre, com acusações de que os países ricos demoraram demais para apresentar suas propostas. Muitos criticaram a abordagem do processo, que, segundo alguns delegados, não resolve o desafio climático em grande escala.
Além do descontentamento financeiro, a conferência também destacou o papel crescente da China, que, apesar de ser formalmente considerada um país em desenvolvimento, se comprometeu a contribuir com o fundo climático de forma voluntária. Esse movimento é visto como uma tentativa de aumentar a transparência do país e de posicioná-lo como um possível líder climático, especialmente diante da incerteza sobre o papel dos Estados Unidos sob uma possível nova presidência de Donald Trump. Embora os países ricos busquem assegurar compromissos a longo prazo para garantir que o financiamento climático não seja revertido, as tensões aumentaram com a postura mais agressiva de ativistas e ONGs, que pressionaram por uma abordagem mais contundente e rejeitaram os termos do acordo.
A conferência também foi marcada por críticas ao país anfitrião, o Azerbaijão, e pela crescente frustração entre os negociadores experientes. Para muitos, a COP29 não conseguiu alcançar seus objetivos de forma eficaz, e houve um apelo por reformas no processo de negociações. Em meio a essas dificuldades, o cenário geopolítico e as tensões internas em países como os Estados Unidos e a China colocam em risco o futuro das negociações climáticas, com muitos se questionando sobre a eficácia das próximas edições da COP diante de desafios globais cada vez mais complexos.