As recentes operações militares de Israel contra o Hezbollah, que marcaram o início da chamada “Terceira Guerra do Líbano” em 1º de outubro, resultaram em um enfraquecimento significativo do grupo libanês, conforme análise do professor de Relações Internacionais da PUC Minas, Danny Zahreddine. Os ataques aéreos israelenses, aliados à superioridade em inteligência, tiveram um impacto substancial no Hezbollah, com a eliminação de vários comandantes e a destruição de linhas de comando táticas. No entanto, apesar dos danos, o grupo ainda consegue manter uma certa capacidade de dissuasão contra Israel, o que impede uma vitória decisiva por parte do exército israelense.
Zahreddine destaca que, apesar da superioridade aérea de Israel, o Hezbollah segue tendo vantagem em confrontos terrestres, o que se evidenciou após o início da invasão israelense por terra. O conflito foi marcado por uma intensa luta no terreno, em que as forças de Israel enfrentaram desafios ao tentar avançar em áreas controladas pelo Hezbollah, que ainda dispõe de recursos para resistir a ofensivas prolongadas. O especialista observa que, apesar do enfraquecimento do grupo em comparação com a guerra de 2006, o Hezbollah continua sendo uma força militar relevante no contexto regional.
O recente anúncio de um cessar-fogo, negociado com o apoio da Casa Branca e confirmado pelo governo israelense, surpreendeu observadores, uma vez que o Hezbollah inicialmente havia se oposto a qualquer trégua enquanto o conflito em Gaza persistisse. A aceitação do cessar-fogo pelo grupo sugere uma reavaliação de sua estratégia, possivelmente devido às pesadas perdas sofridas durante o conflito. O acordo de cessar-fogo é interpretado como um sinal de que o Hezbollah, apesar de fragilizado, conseguiu preservar sua capacidade de dissuasão diante de Israel.