As bolsas globais enfrentaram um declínio significativo na última sexta-feira (15), marcando a maior queda semanal em dois meses, impulsionada por declarações de autoridades do Federal Reserve (Fed) e dados econômicos dos EUA. O rendimento dos títulos do Tesouro dos EUA de 10 anos atingiu seu nível mais alto em cinco meses, refletindo a expectativa de um ritmo mais lento para os cortes nas taxas de juros. O presidente do Fed, Jerome Powell, indicou que a instituição não tem pressa para reduzir as taxas devido ao crescimento econômico consistente, ao mercado de trabalho robusto e à inflação ainda acima da meta de 2%.
A queda no mercado de ações foi acompanhada por um aumento nos rendimentos dos títulos e no valor do dólar, que subiu em relação a outras moedas, como o euro e a libra esterlina. A força do mercado de trabalho e a pressão inflacionária ajudaram a diminuir as expectativas de cortes nas taxas de juros, o que alterou a dinâmica dos ativos, após uma reação otimista dos investidores diante das recentes eleições presidenciais nos EUA. Além disso, o Departamento de Comércio dos EUA reportou um aumento nas vendas no varejo, que superou as previsões dos analistas, reforçando a ideia de uma economia mais resiliente.
Os preços das importações também subiram inesperadamente, com destaque para o aumento dos custos dos combustíveis, o que gerou preocupações adicionais sobre a possibilidade de uma nova pressão inflacionária. O desempenho das bolsas refletiu essa incerteza, com os principais índices de Wall Street registrando perdas. No mercado de commodities, o petróleo sofreu quedas, impulsionadas pela expectativa de uma demanda menor por parte da China e pela perspectiva de uma política monetária mais restritiva nos EUA. Esse cenário reflete um ambiente econômico global de incertezas, onde o impacto das políticas do Fed e as condições internas dos EUA continuam a influenciar fortemente os mercados financeiros.