O índice S&P 500 registrou uma forte reversão na sexta-feira, devolvendo mais da metade de seu rali pós-eleição. O movimento foi impulsionado por uma combinação de inflação persistente e pela postura mais firme do Federal Reserve, que indicou a possibilidade de manter as taxas de juros altas por mais tempo. O índice perdeu 1,4% no meio da sessão, projetando uma queda semanal de 2,2%, seu pior desempenho em dois meses, enquanto o Nasdaq 100, com forte peso de empresas de tecnologia, caiu 2,5%.
O otimismo inicial em relação ao crescimento econômico com a vitória de Donald Trump começou a se dissipar, levando investidores a reduzir suas expectativas de cortes nas taxas de juros. Em vez de um possível alívio monetário, os futuros das taxas do Fed indicam uma chance de apenas 62% de um corte de 25 pontos-base em dezembro, contra 83% na quarta-feira anterior. As declarações de Jerome Powell, presidente do Fed, reforçaram essa visão, ao afirmar que o banco central não apressaria a redução das taxas, devido à resiliência da economia dos EUA.
Além disso, o mercado reagiu negativamente a alguns resultados corporativos, como o fraco desempenho da fabricante de equipamentos para chips Applied Materials, que impactou as ações de outras empresas do setor de semicondutores. A queda nos papéis das fabricantes de vacinas também foi acentuada, após a nomeação de um novo dirigente para o Departamento de Saúde e Serviços Humanos. O cenário de inflação teimosa e a perspectiva de juros elevados por mais tempo continuam a pesar sobre o sentimento do mercado.