As ações da Amgen sofreram uma queda de mais de 12%, a maior em 23 anos, após os resultados de sua injeção experimental contra a obesidade, MariTide, ficarem abaixo das expectativas. Embora os pacientes que usaram o medicamento tenham perdido até 20% do peso corporal em um ano, analistas esperavam uma redução de pelo menos 25% para que MariTide competisse de forma eficaz com medicamentos de empresas como Eli Lilly e Novo Nordisk, que estão desenvolvendo tratamentos mais potentes. A taxa de efeitos colaterais, particularmente problemas gastrointestinais, também foi uma preocupação, com 11% dos participantes interrompendo o uso devido a eventos adversos e 40% relatando episódios de vômitos.
A eficácia do MariTide foi considerada limitada em relação aos concorrentes. No entanto, a Amgen observou que os pacientes não atingiram um platô de perda de peso após 52 semanas, o que pode indicar que os resultados poderiam melhorar com o uso prolongado. Além disso, a empresa testou uma dosagem inicial menor que reduziu significativamente a taxa de vômitos, e a abordagem de administração menos frequente (a cada dois meses, em vez de mensal) pode ser um atrativo para pacientes que buscam alternativas menos constantes, em um mercado já dominado por tratamentos semanais.
MariTide faz parte de uma estratégia da Amgen para diversificar seu portfólio, especialmente com a aproximação da perda de patentes de alguns de seus medicamentos mais lucrativos. Embora a injeção não tenha se mostrado competitiva o suficiente em termos de eficácia, ela representa uma tentativa de a empresa se destacar com uma abordagem diferenciada na administração do medicamento. O mercado global de obesidade é altamente lucrativo e deve atingir US$ 130 bilhões até o final da década, o que torna o segmento um alvo importante para a empresa, que busca consolidar uma posição no tratamento da doença.