No segundo turno das eleições municipais de 2024, o índice de abstenção alcançou 29,2%, totalizando mais de 9,9 milhões de eleitores que não compareceram às urnas. Esse resultado é apenas ligeiramente inferior ao registrado em 2020, durante a pandemia de Covid-19, quando a taxa foi de 29,53%. A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, anunciou que será realizada uma pesquisa para investigar os motivos da baixa participação, que varia significativamente entre diferentes regiões do Brasil.
Especialistas acreditam que o alto nível de abstenção pode indicar um descontentamento generalizado com o cenário político, sugerindo que os cidadãos podem ter perdido a confiança nos candidatos ou na efetividade do voto. Além disso, há uma preocupação com o desengajamento cívico, uma vez que muitos eleitores de baixa renda e escolaridade não se sentem motivados a votar. A percepção de que a eleição já está decidida ou que não há propostas efetivas para melhorar as condições locais também contribui para esse fenômeno.
Entre os fatores que podem ter levado à abstenção estão a falta de interesse pelos candidatos, a clareza da disputa eleitoral que pode ter desestimulado o comparecimento e dificuldades estruturais, como o deslocamento até os locais de votação. A facilidade proporcionada pela tecnologia, como a possibilidade de justificar a ausência pelo E-Título, também pode ter influenciado essa decisão. O TSE e os Tribunais Regionais Eleitorais trabalharão para entender melhor as razões por trás dessa abstenção significativa.