O julgamento de um policial militar acusado de atirar e matar uma criança de 8 anos em 2019 na comunidade da Fazendinha, Complexo do Alemão, resultou em sua absolvição pelo júri popular, gerando grande comoção entre familiares e o público presente. O Ministério Público e a família da vítima, que atuou como assistente de acusação, anunciaram a intenção de recorrer da decisão com base no artigo 593 do Código de Processo Penal, argumentando que a sentença contraria as provas apresentadas. Os representantes da acusação buscam um novo julgamento, embora a legislação não permita um segundo recurso em caso de nova absolvição.
No julgamento, que durou mais de 12 horas, o júri concluiu que o policial realizou o disparo que atingiu a criança, mas sem intenção de matar. A defesa argumentou que o policial, sob forte tensão, confundiu um objeto de alumínio carregado por um motociclista com uma arma de fogo, disparando na direção da Kombi onde a menina estava. Testemunhas e peritos apresentaram relatos e provas ao longo do dia, mas, ao final, o Conselho de Sentença decidiu pela absolvição do réu, o que provocou reações emocionadas da família, que expressou revolta e questionou o preparo dos agentes envolvidos.
A investigação policial concluiu que não houve confronto armado no local, contradizendo a versão inicial do acusado. Perícias indicaram que um estilhaço de bala, após ricochetear em um poste, atingiu a criança fatalmente. A acusação afirma que o disparo foi imprudente e dificultou a defesa da vítima, enquanto a defesa do policial sustentou sua inocência, considerando injusta qualquer condenação. A decisão do júri reacendeu o debate sobre segurança pública e o uso da força em comunidades, com familiares da vítima pedindo justiça e maior preparo dos profissionais de segurança.