A recente vitória eleitoral de Donald Trump nos Estados Unidos está gerando intensos debates sobre uma possível guinada ideológica no país, com repercussões para várias partes do mundo, incluindo o Brasil. Christopher Garmam, diretor-executivo para as Américas do grupo Eurasia, aponta que a explicação para o sucesso de Trump reside mais em fatores econômicos do que sociológicos, em especial devido às preocupações com o aumento do custo de vida pós-pandemia. Para muitos eleitores americanos, a crise inflacionária foi um fator decisivo, favorecendo uma mudança de governo.
No caso do Brasil, o triunfo de Trump pode trazer desafios diplomáticos e comerciais, dada a distância ideológica entre o presidente Lula e o ex-presidente americano. As políticas de Trump, com foco em protecionismo e questões fiscais, têm o potencial de impactar a economia global, podendo reduzir o crescimento tanto dos Estados Unidos quanto de países como a China. Esse contexto pode afetar negativamente o comércio brasileiro, especialmente em um momento de recuperação econômica.
Garmam destaca, ainda, que as implicações para o Brasil incluem um possível fortalecimento do dólar e enfraquecimento do real, o que dificultaria uma eventual redução das taxas de juros no país. Isso representa uma preocupação adicional para o governo Lula, que se aproxima de um ciclo eleitoral em 2026. O diretor da Eurasia conclui que a principal repercussão para o Brasil está no impacto econômico da vitória de Trump, que pode influenciar o crescimento brasileiro e as estratégias políticas em curso.