A segunda semana de negociações da COP29 está marcada por incertezas, especialmente no que diz respeito ao financiamento climático, que avança, mas de forma lenta diante da urgência da crise. Simon Stiell, secretário executivo da ONU para Mudança Climática, destacou o grande obstáculo financeiro que impede uma ação mais rápida e eficaz. Ele enfatizou a necessidade de transformações urgentes e alertou que o “business as usual” não é mais suficiente para enfrentar os desafios climáticos, que exigem políticas de adaptação mais robustas.
A ONU aponta que quase metade da população mundial vive em áreas vulneráveis aos impactos climáticos, com risco significativamente maior de morte devido a desastres naturais. Nesse contexto, os planos nacionais de adaptação (NAPs) se tornam cruciais. Investir na adaptação não só mitiga riscos, mas também pode gerar benefícios, protegendo vidas e economias, além de promover a igualdade e a prosperidade. Stiell afirmou que, com as ferramentas, a ciência e o financiamento adequados, a resiliência está ao alcance da humanidade.
Além do financiamento climático, outro tema central das discussões na COP29 são os custos associados à adaptação das nações vulneráveis. Estimativas indicam que os custos podem chegar a US$ 340 bilhões por ano até 2030, e até US$ 565 bilhões por ano em 2050. Esses números representam não apenas um desafio financeiro, mas a diferença entre a sobrevivência ou a devastação de bilhões de pessoas expostas a eventos climáticos extremos. A urgência é clara: desbloquear o financiamento necessário é essencial para mitigar os impactos da mudança climática e garantir a resiliência das comunidades mais afetadas.