A tragédia do desabamento do Edifício Luiz de Queiroz, conhecido como Comurba, em Piracicaba (SP), completou 60 anos no último dia 6 de novembro. Em 1964, o edifício colapsou, deixando pelo menos 50 vítimas fatais e marcando a vida de sobreviventes como Maria Aparecida Arruda, que ficou presa nos escombros com apenas 12 anos. Ainda hoje, a sobrevivente relata que convive com o trauma desse episódio, que, apesar de sua gravidade, permanece sem uma explicação ou responsabilização conclusiva.
A construção do edifício, inspirada no famoso Edifício Copan em São Paulo, havia começado no final da década de 1950, sendo um símbolo de modernidade e inovação para o interior paulista. O Comurba ocupava uma área central de Piracicaba e, na época do desabamento, contava com 15 andares, dos quais 14 já estavam concluídos, embora apenas o térreo estivesse em operação. A queda repentina do prédio impactou profundamente a comunidade local, gerando um trauma coletivo e influenciando a percepção sobre novas construções na região.
Para marcar o aniversário da tragédia, instituições de Piracicaba organizaram uma exposição no Poupatempo local, onde mais de 270 documentos históricos foram recuperados e digitalizados para resgatar a memória do evento. A mostra, que inclui fotos originais e registros da época, pretende sensibilizar as novas gerações e relembrar o impacto da tragédia, que ainda hoje permanece como um dos episódios mais dolorosos da história de Piracicaba. A exposição estará aberta ao público até o dia 6 de dezembro, buscando manter viva a memória do Comurba e refletir sobre as consequências dessa perda coletiva.