Após a vitória eleitoral de Donald Trump, as reações dentro da Igreja Católica nos Estados Unidos foram distintas. O arcebispo Timothy Broglio, presidente da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos, expressou tranquilidade, destacando que a maioria dos eleitores católicos apoiou Trump, com base em temas como a liberdade religiosa e a oposição ao aborto. Por outro lado, o cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, adotou um tom mais cauteloso, pedindo ao presidente eleito que governasse de forma inclusiva e alertando para os excessos em questões migratórias, alinhando-se com a posição do Papa Francisco de tratar a migração com humanidade.
A relação entre Trump e o Papa Francisco sempre foi marcada por divergências, especialmente em temas como imigração e meio ambiente. Enquanto Trump defende políticas migratórias restritivas e uma postura mais isolacionista, o Papa Francisco considera a acolhida aos migrantes um princípio cristão fundamental e enfatiza a urgência da ação contra as mudanças climáticas. Essas diferenças refletem um afastamento não apenas entre os dois líderes, mas também entre a postura da Igreja Católica, particularmente nos Estados Unidos, e as políticas da administração Trump. No entanto, questões como a guerra na Ucrânia e a diplomacia com a China poderiam oferecer espaço para colaboração.
Além disso, as eleições de 2024 trouxeram à tona a crescente divisão dentro da Igreja nos Estados Unidos, onde uma parte significativa dos bispos se alinhou com a agenda conservadora e republicana, especialmente em questões relacionadas ao aborto. Essa polarização tem gerado tensões, com a hierarquia católica enfrentando desafios tanto internos quanto externos. A postura do Papa Francisco, mais voltada para a misericórdia e a inclusão, entra em contraste com o apoio de muitos líderes católicos americanos a políticas conservadoras, o que pode levar a uma redefinição das prioridades da Igreja Católica nos Estados Unidos nos próximos anos.