A posse de Donald Trump, marcada para janeiro de 2025 em Washington, pode ocorrer sem a presença de Jair Bolsonaro, que enfrenta restrições de viagem impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Desde fevereiro, o ex-presidente brasileiro está com seu passaporte retido, em meio a investigações sobre sua possível participação em um grupo envolvido em tentativas de abolição do Estado Democrático de Direito após as eleições de 2022. A defesa de Bolsonaro já tentou reaver o documento em diversas ocasiões, mas o ministro Alexandre de Moraes argumentou que liberar o passaporte seria prematuro, uma vez que a investigação ainda está em andamento.
O processo ganhou atenção recentemente após a revelação de que Bolsonaro teria passado duas noites na Embaixada da Hungria em Brasília, pouco depois de a Polícia Federal confiscar seus documentos, o que levantou suspeitas de uma tentativa de buscar asilo. Em resposta a uma petição de outubro, Moraes reafirmou a necessidade de retenção do passaporte, citando provas que indicariam risco de fuga. Em paralelo, o STF mantém a proibição de contato entre Bolsonaro e outros envolvidos na investigação, com apoio da Primeira Turma da Corte, que avalia recursos sobre o caso.
Bolsonaro recentemente publicou uma mensagem de congratulações a Trump, associando a vitória do republicano a um novo impulso para a direita política, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil. Em sua mensagem, o ex-presidente expressou esperança em uma nova oportunidade de “restaurar o Brasil” conforme valores e tradições que acredita estarem ameaçados. Enquanto alguns aliados bolsonaristas acompanham de perto o cenário político norte-americano, a possível ausência de Bolsonaro no evento reflete os desdobramentos de questões jurídicas que seguem em curso no Brasil.