A pesquisadora Amy Diehl, especialista em equidade de gênero, destaca que as mulheres enfrentam uma desvalorização constante em todas as fases da carreira, com uma série de obstáculos que impedem seu crescimento profissional. Além da disparidade salarial em relação aos homens, as mulheres frequentemente lidam com a interrupção de suas trajetórias devido a responsabilidades familiares ou cuidados com parentes, o que agrava ainda mais sua condição no mercado de trabalho. Diehl também aponta que, embora haja algumas conquistas, estas não são suficientes para garantir uma vitória consistente para as mulheres no ambiente corporativo.
De acordo com Diehl, as barreiras de gênero no trabalho não se limitam ao “teto de vidro”, mas se espalham por diversas “paredes de vidro” que dificultam a ascensão feminina. Ela e sua coautora Leanne Dzubinski, no livro Shattering the six gender bias barriers still holding women back at work, identificam seis principais fatores que contribuem para a desigualdade no trabalho, incluindo o privilégio masculino, a desvalorização persistente da mão de obra feminina e a falta de apoio institucional para o avanço das mulheres. Além disso, Diehl critica a falta de solidariedade entre as mulheres no ambiente corporativo, o que, em sua visão, contribui para a manutenção dessas barreiras.
A pesquisadora propõe uma série de ações para combater esses problemas, como a criação de ambientes colaborativos em vez de competitivos, a flexibilização das jornadas de trabalho e a contratação baseada nas habilidades, sem dar ênfase à aparência ou ao gênero. Ela também sugere que as empresas invistam em treinamentos para identificar e combater o comportamento discriminatório, similar às iniciativas de combate ao racismo. Para Diehl, a solução passa por uma mudança estrutural que reconheça o valor das mulheres não apenas pelo seu trabalho, mas também pela remoção das barreiras institucionais que ainda as limitam.