A discussão sobre racismo na indústria de cosméticos voltou ao centro das atenções após críticas à falta de diversidade em produtos de marcas internacionais e brasileiras. Um caso recente, envolvendo uma base com tonalidade inadequada para peles negras retintas, destacou como algumas empresas ainda falham em atender adequadamente consumidores de pele escura, mesmo em um contexto de crescente demanda por inclusão. O episódio evidenciou um padrão de negligência, em que tons voltados para peles negras recebem menos atenção, reforçando estereótipos e práticas discriminatórias.
Especialistas e influenciadores apontam que a questão vai além de simples descuidos. Segundo eles, a exclusão de tonalidades para peles negras é uma escolha intencional que reflete o público-alvo desejado por muitas marcas. Embora empresas como Fenty Beauty tenham promovido avanços significativos na inclusão ao lançar linhas com ampla gama de cores, a prática de limitar opções para consumidores negros persiste, especialmente no Brasil, onde a população negra é maioria. Essa falta de representatividade reforça sentimentos de exclusão e reduz a confiança das mulheres negras no mercado de beleza.
A democratização do setor exige esforços reais, como investimentos em pesquisa, consultoria especializada e diálogo com o público consumidor. Além de exemplos internacionais, algumas marcas nacionais começam a entender a força e a importância da inclusão, ampliando suas cartelas de cores. O caminho para uma indústria mais inclusiva, no entanto, ainda é longo, exigindo que as empresas assumam a responsabilidade de criar produtos que promovam pertencimento e respeitem a diversidade do país.