A música africana tem se destacado globalmente, especialmente com o crescente uso de ritmos africanos em sucessos do mainstream, como visto em Noid, de Tyler the Creator, e Sirens, de Travis Scott. Inspirados pelo zamrock, gênero de rock psicodélico originado na Zâmbia dos anos 1970, artistas de diferentes vertentes têm incorporado traços do estilo, que também compartilha influências com o hard rock e blues americanos. Em paralelo, afrobeats, gênero que combina diversos estilos e é popular desde 2022 com o sucesso Calm Down de Rema e Selena Gomez, têm dominado as paradas e moldado a produção musical global.
A diferenciação entre afrobeat e afrobeats, contudo, gera debates entre artistas. Afrobeat, associado ao pioneiro Fela Kuti e surgido nos anos 1960, tem raízes no jazz e na cultura iorubá, enquanto afrobeats surgiu nos anos 2000 e abrange um pop africano mais generalizado. Artistas como Burna Boy questionam o uso do termo “afrobeats” para descrever suas músicas, preferindo rótulos como afrofusion. Já Ayra Starr, destaque do estilo, celebra sua identidade afrobeats. No Brasil, Ludmilla e o projeto AfroHits têm explorado essa sonoridade, mesclando-a com o funk e o trap locais, trazendo o ritmo ao mercado brasileiro.
Além do afrobeats, o amapiano, gênero sul-africano popularizado nos anos 2010, tem ganhado espaço nas paradas internacionais com seu estilo suave e dançante. Artistas como Tyla e Burna Boy, que venceram o primeiro Grammy de música africana, ajudaram a elevar o amapiano ao mainstream. A popularização da internet e o impacto das redes sociais, como TikTok, permitem que ritmos e coreografias africanas ganhem o mundo, transformando a música africana em uma fonte rica de inspiração para o pop. Contudo, há apelos para que o mercado invista mais diretamente nos artistas africanos, em vez de apenas adaptar sua estética ao mainstream.