A morte de Dom Antônio de Orleans e Bragança, bisneto da princesa Isabel, reacendeu o debate sobre o papel e a relevância dos descendentes da família imperial brasileira na sociedade contemporânea. Desde a Proclamação da República, em 1889, a existência de títulos de nobreza e o reconhecimento da dinastia são temas polêmicos. Embora os títulos não tenham valor jurídico no Brasil, a família preserva as tradições e é reconhecida por outras monarquias estrangeiras. Para alguns, isso confere aos descendentes uma função simbólica de representação histórica.
A família imperial brasileira é dividida em dois ramos, de Petrópolis e de Vassouras, uma separação iniciada com os descendentes diretos da princesa Isabel. Atualmente, a chefia da dinastia está com Dom Pedro Carlos de Orleans e Bragança, do Ramo de Petrópolis, com Dom Pedro Thiago como herdeiro imediato. Dom Rafael, filho de Dom Antônio, passa a ser reconhecido como príncipe imperial pelo ramo de Vassouras. Esses ramos, embora unidos pela linhagem, divergem em interpretações sobre a sucessão e representatividade da família.
Ao contrário das famílias reais europeias, a família imperial do Brasil não recebe apoio financeiro estatal, vivendo sem privilégios associados ao antigo sistema monárquico. Seus membros mantêm ocupações civis e são vistos por estudiosos como representações dos valores históricos do Império do Brasil. Embora sem função prática no Estado, eles representam, segundo especialistas, uma conexão com a história e a cultura monárquica brasileira, exercendo um papel simbólico como referência de cidadania e valores éticos.