A dissolução de amizades, embora menos discutida que o término de relacionamentos amorosos, pode provocar sentimentos profundos de perda e luto. Estudos sugerem que as amizades ganham relevância na adolescência, quando os amigos passam a ser grandes fontes de apoio e orientação. No entanto, a sociedade ainda carece de um “roteiro” para lidar com o rompimento de uma amizade, o que deixa muitas pessoas inseguras sobre como enfrentar essa perda. A psicóloga Grace Vieth, da Universidade de Minnesota, aponta que a pesquisa sobre o fim de amizades é recente, mas tem revelado as emoções complexas que surgem quando esses laços se rompem.
Na infância e na adolescência, o fim de uma amizade frequentemente decorre de conflitos, quebra de confiança ou afastamento físico. Estudos mostram que a maioria das amizades entre jovens termina antes do fim do ano escolar, especialmente com mudanças de fase de vida, como a ida para a faculdade. Em adultos, as amizades podem ser impactadas pela distância física e pela interferência de outros relacionamentos. Além disso, homens e mulheres tendem a lidar com amizades de formas diferentes, com mulheres valorizando mais o apoio emocional e lealdade, enquanto os homens geralmente mantêm laços em grupos.
Apesar de os términos de amizade poderem ser dolorosos, algumas vezes são necessários, especialmente em casos de amizades tóxicas que afetam o bem-estar. Vieth e a professora Kaitlin Flannery afirmam que é importante valorizar amizades que tragam benefícios e entender que o fim de uma amizade pode ser saudável. A prática do “ghosting”, que ocorre quando alguém se afasta sem explicação, é comum em amizades tóxicas, mas pode deixar o amigo rejeitado se sentindo magoado. Para lidar com o rompimento, especialistas recomendam aceitar o luto e buscar apoio em outras relações, reconhecendo que a dissolução de amizades é parte natural da vida.