Nas eleições dos Estados Unidos, o fenômeno da “miragem vermelha” reflete uma vantagem inicial para candidatos republicanos na noite da votação, quando os votos de áreas rurais e pequenas cidades, que tendem a apoiar o partido, são contabilizados mais rapidamente. No entanto, essa vantagem pode ser temporária, revertendo-se à medida que os votos de grandes centros urbanos e os votos antecipados, onde predominam os democratas, começam a ser contados, resultando na chamada “virada azul”.
O processo eleitoral descentralizado do país contribui para essa dinâmica. Cada estado adota regras próprias para o processamento dos votos, e os votos por correio, que frequentemente favorecem os democratas, são apurados após a contagem inicial. Em estados decisivos, como Pensilvânia e Wisconsin, onde o processamento desses votos ocorre mais lentamente, a diferença entre os candidatos pode se alterar ao longo da apuração, gerando um cenário de expectativa e incerteza durante dias.
Para as eleições deste ano, especialistas sugerem que essa oscilação na contagem pode ser menos intensa que em 2020, quando a pandemia incentivou um volume expressivo de votos por correio. Ainda assim, o fenômeno pode se repetir em alguma medida, exigindo paciência do público e dos analistas, já que os resultados definitivos poderão não estar disponíveis na noite da eleição.