A tensão entre Brasil e Venezuela se agravou após o Itamaraty bloquear a entrada da Venezuela no Brics, o que gerou reações agressivas do governo venezuelano, que considera as ações brasileiras uma violação de sua soberania. O chanceler da Venezuela, Yván Gil Pinto, publicou críticas às declarações brasileiras, alegando que elas desrespeitam os princípios das Nações Unidas e sugerindo que o Brasil interferiu em assuntos internos da Venezuela. Em resposta, o governo brasileiro expressou surpresa e condenou o tom ofensivo das declarações de Nicolás Maduro, reafirmando seu compromisso com a soberania nacional.
Desde a recepção do presidente venezuelano em maio de 2023, as relações entre os dois países se deterioraram. O Brasil não reconheceu a vitória de Maduro nas eleições venezuelanas e se posicionou contra sua entrada no Brics. A Venezuela, por sua vez, convocou seu embaixador em Brasília e acusou assessores do governo brasileiro de servirem a interesses estrangeiros. Essa escalada retórica culminou em um comunicado venezuelano que classificou as ações do Brasil como uma “agressão descarada e grosseira”.
A cronologia da crise revela altos e baixos nas relações entre os dois governos, com momentos de aproximação seguidos por distanciamentos significativos. A desconfiança aumentou especialmente após a recusa do Brasil em apoiar a candidatura da Venezuela ao Brics e as críticas ao processo eleitoral no país. A continuidade desse conflito diplomático pode impactar não apenas as relações bilaterais, mas também a dinâmica política regional.