As corridas de velocidade, como os 100 metros rasos, baseiam-se em uma fórmula simples: velocidade é o resultado do comprimento do passo multiplicado pela frequência dos passos. No entanto, essa equação esconde uma complexidade biomecânica considerável, pois, para alcançar o máximo desempenho, o corredor deve equilibrar essas duas variáveis. O comprimento da passada depende da força muscular, flexibilidade e da capacidade de gerar força ao impactar o solo, enquanto a frequência está relacionada à atividade neural e à coordenação dos movimentos.
A biomecânica dos corredores de elite revela que, mesmo dentro das mesmas competições, como nas finais olímpicas, diferentes estratégias podem ser adotadas. Alguns atletas se concentram em passos mais curtos e frequentes, enquanto outros, com maior estatura e comprimento de pernas, priorizam passadas mais longas. Pesquisas indicam que, entre as mulheres, a frequência dos passos tende a ter maior impacto na velocidade, enquanto entre os homens, o comprimento da passada é mais determinante. Esses fatores são influenciados tanto pela genética quanto pelo treinamento, com atletas possuindo musculaturas e capacidades neurais diferenciadas.
Além disso, o desenvolvimento da técnica de corrida é fundamental para melhorar o desempenho, sendo que ajustes simples, como a forma de tocar o solo e a posição do corpo durante a aceleração, podem fazer uma grande diferença. O treinamento focado na coordenação, estabilidade e ativação do sistema nervoso permite que corredores aperfeiçoem sua técnica ao longo dos anos. A corrida de velocidade, portanto, não é apenas uma questão de força física, mas de técnica refinada e estratégias individuais adaptadas ao perfil biomecânico de cada atleta.