A Proclamação da República no Brasil ocorreu há 135 anos, em 15 de novembro de 1889, marcando o fim do império de Dom Pedro II e a transição para um regime republicano. O golpe foi liderado pelos militares, com o Marechal Deodoro da Fonseca assumindo a presidência do país. A decisão, que teve o apoio de elites agrárias e do Exército, não contou com a participação popular significativa e, por isso, é considerada mais um golpe militar do que uma revolução popular. A mudança política foi impulsionada por diversos fatores, como a insatisfação das forças armadas, a abolição da escravatura e o crescente movimento republicano nas cidades.
Apesar de representativa, a mudança de regime não trouxe transformações profundas para as classes populares. As desigualdades sociais e políticas continuaram a existir, e o novo sistema republicano manteve muitas características elitistas. A transição, sem um processo democrático de consulta popular, não envolveu a maioria da população, que pouco entendeu sobre os significados e benefícios da República. Além disso, o Brasil manteve uma estrutura federativa e de autonomia para as províncias, mas ainda com baixa participação popular efetiva nas decisões políticas.
Após a Proclamação, a família imperial foi exilada na Europa, e o país iniciou sua trajetória como república, com a instalação de um governo provisório. A primeira eleição presidencial direta no Brasil ocorreu em 1894, cinco anos após a mudança de regime, elegendo o primeiro presidente civil, Prudente de Moraes. A Proclamação da República, embora significativa, foi um evento impulsionado por interesses de uma minoria e marcou o início de um novo capítulo político no Brasil, que ainda carregava muitos desafios sociais e políticos não resolvidos.