A Volkswagen, a maior montadora da Europa, está enfrentando uma crise significativa devido à sua dependência do motor a combustão e ao aumento dos custos de produção, agravados pela forte concorrência de fabricantes chineses de veículos elétricos. A chefe do conselho de funcionários da empresa, Daniela Cavallo, anunciou que ao menos três fábricas na Alemanha estão em risco de fechamento, resultando em dezenas de milhares de cortes de postos de trabalho. Apesar de ter registrado um faturamento recorde de 332,3 bilhões de euros em 2023, o crescimento das vendas e do lucro operacional foi modesto, levantando preocupações sobre a sustentabilidade desse desempenho em um mercado em declínio.
O setor automotivo alemão, em geral, está lidando com um ambiente desafiador, com vendas de carros caindo acentuadamente e uma dependência crítica do mercado chinês, onde a Volkswagen viu uma queda significativa nas vendas. Essa situação se complica ainda mais com o avanço das montadoras chinesas, que oferecem veículos elétricos mais baratos e inovadores, superando os modelos da Volkswagen. A estagnação do mercado europeu, que não consegue compensar as perdas na China, junto com a pressão para se adaptar rapidamente à nova demanda por veículos elétricos, tem levado a empresa a repensar suas estratégias e operações.
Além das dificuldades de vendas, a Volkswagen enfrenta altos custos de produção na Alemanha, onde os salários são significativamente mais elevados do que em outros países. Para se manter competitiva, a montadora anunciou cortes de 10% nos salários e uma pausa nos aumentos salariais por dois anos. O desafio de produzir veículos populares na Alemanha, especialmente elétricos, é exacerbado pela necessidade de investir em tecnologia e inovação, áreas onde os concorrentes chineses têm se destacado. A situação é um claro sinal de que a indústria automotiva alemã precisa urgentemente de uma reavaliação de suas estratégias para enfrentar a concorrência global e a transição para um futuro mais sustentável.