No primeiro turno das eleições municipais de 2024, o Brasil registrou um aumento alarmante de violência política, com 373 casos documentados entre 16 de agosto e 6 de outubro. Este número é um complemento aos 145 registros ocorridos antes do período eleitoral, totalizando 518 ocorrências no ano, o que caracteriza 2024 como o ano mais violento desde o início da coleta de dados. As estatísticas revelam 10 assassinatos, 100 atentados, e uma média de sete vítimas diárias, contrastando com o primeiro turno de 2022, que contabilizou cerca de dois casos por dia.
O relatório destaca a preocupação com a segurança de grupos marginalizados, evidenciando que 44% das vítimas de violência política eram negras. Além disso, as mulheres, que compõem apenas 33,96% dos candidatos, foram alvos de 35% dos casos de violência, com ameaças sendo a forma mais comum de hostilidade. Casos de vazamento de conteúdos íntimos de candidatas, conhecidos como “revenge porn”, também foram reportados, somando oito ocorrências.
O estado de São Paulo liderou em registros, seguido por Rio de Janeiro e diversas regiões do Nordeste. O aumento de violência, particularmente na véspera das eleições, onde 99 casos foram notificados em apenas seis dias, levanta sérias questões sobre a segurança e integridade do processo eleitoral. As entidades responsáveis pela pesquisa fazem um apelo urgente por medidas que protejam candidatos e garantam um ambiente democrático mais seguro.