O vidro no Brasil é um dos materiais com menor taxa de reciclagem, atingindo apenas 25,8%, em contraste com o quase total reaproveitamento do alumínio, que chega a 100%. Um dos fatores que contribui para essa discrepância é o baixo valor de mercado do vidro, além dos altos custos de transporte e da dupla tributação que onera o processo de reciclagem. A coleta seletiva do vidro ainda está em desenvolvimento no país, dificultando a inclusão desse material nas práticas de reciclagem.
O Instituto Recicleiros, localizado em Piracaia, São Paulo, está entre as iniciativas que buscam aumentar a reciclagem do vidro. Com o apoio de uma cooperativa local, o instituto realiza coletas porta a porta, incentivando os moradores a separar o material. Essa ação é fundamental, considerando que a falta de infraestrutura e a viabilidade econômica impactam diretamente na taxa de reaproveitamento do vidro. Renato Sobrinho, gerente de Serviços Técnicos do instituto, destaca que a acessibilidade a matérias-primas mais baratas reduz o incentivo à reciclagem.
Para enfrentar essa situação, o governo federal introduziu um decreto em 2022 que visa promover a reciclagem do vidro e elevar a taxa para 40% por meio da Estratégia Nacional de Economia Circular. Segundo Luísa Santiago, da Fundação Ellen MacArthur, essa mudança é parte de um esforço mais amplo para desenvolver um modelo econômico sustentável, que busca mitigar os efeitos das mudanças climáticas, a perda de biodiversidade e a poluição, ao mesmo tempo em que gera prosperidade para a sociedade.