A recente decisão do Brasil de vetar a entrada da Venezuela no grupo Brics foi considerada uma agressão e um gesto hostil pelo governo venezuelano, que se sentia apoiado pelos demais participantes da cúpula. O governo brasileiro, liderado pelo embaixador Eduardo Paes Saboia, decidiu manter o veto estabelecido durante a gestão anterior, sob a justificativa de desentendimentos políticos com os líderes da Venezuela e da Nicarágua. A chancelaria venezuelana qualificou a ação como inexplicável e imoral, ressaltando o desejo de Maduro de integrar o bloco.
Durante a cúpula em Kazan, o presidente russo expressou apoio à adesão da Venezuela e tentou interceder a favor do país, mas Lula decidiu rejeitar a proposta. A entrada da Venezuela no Brics depende do consenso dos membros, e a tensão entre Brasil e Venezuela aumentou devido às críticas de Lula sobre o processo eleitoral no país, que ele considera irregular. Em resposta, Maduro adotou uma postura desafiadora, sugerindo que seus opositores não deveriam se preocupar.
As relações entre Brasil e Nicarágua também se deterioraram, especialmente após a expulsão do embaixador brasileiro por parte do governo nicaraguense. As tensões resultantes de desentendimentos diplomáticos refletem um cenário de instabilidade nas relações entre os países da América Latina, destacando a complexidade da política regional e os desafios que surgem na busca por um consenso em fóruns multilaterais como o Brics.